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Ratos na Fortaleza.

* Castelo: uma construção de tamanho diferenciado das demais residências do povoado. Um lugar onde apenas a supremacia de um reino vivia: o rei, a rainha e os inúmeros guardas altamente armados e treinados, designados a manter a segurança de outros indivíduos que também predominavam sobre todos que residiam no seu território. Torres, masmorras, janelas, tijolos, estas eram algumas das incontáveis coisas que podem ser vistas pelo exterior, mas será que alguém sabe o que realmente há por dentro daquelas paredes? Objetos cuja quantia, se colocada em dinheiro, daria para garantir, pelo menos, duas gerações inteiras de uma família humilde. O frio das paredes em seus corredores repletos de decorações e portas transpassava o manto vermelho que ocultava a identidade de um dos poucos indivíduos que se atreviam a infiltrar-se em lugares tão fortificados em defesa; se não fossem mortos pelos guardas, seriam enviados para a guilhotina, ou sentenciados a prisão perpétua. Mas não temia o destino que lhe aguardava caso falhasse: já estava acostumado com o perigo. Por baixo do manto havia uma calça bem justa e branca e um colete verde, fino e sem mangas, com um cinto de couro em torno de sua cintura, neste que estavam presos os seus importantes acessórios que serviam para abrir portas e uma adaga cuja usava em casos de auto-defesa, esta com detalhes dourados na lâmina prateada. Só era possível ouvir, em corredores tão vazios, os passos metálicos dos soldados vestidos com pesadas armaduras até que o som dos mesmos desaparecesse ao fim do corredor. Os primeiros fios castanhos-claro apareceram de trás do portal que levava ao corredor; parte de sua face ia aparecendo pouco a pouco para se certificar que o caminho estava livre. Tendo em vista o salão vazio, apressado, porém com passos leves, o solado dos seus sapatos de couro marrons-claro eram quase inaudíveis; levantou a gola do manto vinho, que já era alta, apertando a fivela para prender mais firme em torno do pescoço. Somente suas canelas, vestidas por uma espécie de caneleira verde feita de pano, ficavam à mostra, desde que o sobretudo cobria-lhe quase todo o corpo, quando as três fivelas à sua lateral estavam presas. Com cautela, passando por vários guardas, em apenas alguns minutos estava dentro de uma sala; o ranger de sua porta de madeira ecoou, a tranca fora aberta pelo jovem que usufruía das ferramentas que trazia por dentro da indumentária. A luz da Lua, refletida em dourado pelo alvo do rapaz, chegava a seus olhos cor-de-mel que brilhavam, deslumbrados com a visão. Os lábios se abriram em um largo sorriso branco e começou a preencher um saco que levava consigo com o máximo de ouro e jóias que cabia. Ao término, levantou-se e se pôs para fora da sala, dirigindo-se pelo mesmo caminho que fizera antes, atravessando os mesmos guardas que, para sua sorte, eram os mais burros que havia se deparado desde que havia dado início a sua vida como ladino. Escapando por uma janela no primeiro andar, desprendeu as fivelas do manto e deixou que este se abrisse, ficando preso apenas no pescoço para evitar que voasse com o doce vento da madrugada que tocava-lhe o rosto, fechou os olhos, aproveitando a liberdade, correndo pelas ruas paralelepípedadas. *

Aparência: