Origem do Lago

*Dedilhando algumas notas agradáveis e começa a cantar chamando a atenção de curiosos no recinto..*

Vou lhes contar uma história de antemão,
não uma história qualquer jogada ao chão...

Daquelas que se lê em tomos antigos,
história ditada pelos xamãs escondidos...

Uma tribo sem grandes construções,
um breve relato da era dos dragões...

*Se levanta deixando o alaúde encostado na parede. Bota o pé direito sobre a cadeira, onde estava sentado e arregaça as mangas fazendo sinal para que se aproximassem mais.*

No tempo que passei em meio a numerosa tribo de kobolds, covardes sim diga-se de passagem, habitantes mesquinhos dos montes próximo à Montanha de Fogo.
Cuja caravana, onde me encontrava fora saqueada... Sem muito êxito, por parte dessas criaturinhas detestáveis, mas pela maioria conseguiram pegar. Eu estando levemente embreagado, sim... Singelo infortúnio para mim!

*Começa a Rir.*

Fui amordaçado, mãos e pés amarrados e me levaram para sopé de um dos montes. Vendo a enrascada em que me metera, tive que apenas ouvir, porém vejam só, aprendi.
Para as cavernas fui arrastado, pequenas de fato. Mal cabia um ser humano em pé, pior era o estado do meu chulé!

*Mais risadas.*

Por surpresa minha meus olhos vislumbraram, pinturas rupestres nas paredes de suas moradas encontrei.
Muitos relatos antigos elas proviam, por sua cultura decender dos dragões, os kobolds retrataram alguma fragmentos da história.

Era um achado, minha mente pensava... Tentei arranhar meu kobold e apenas tapas na cara ganhei, apanhei... Enquanto reviravam meus pertences, moedas de prata embolsaram!

*Bebendo um gole de vinho, respira fundo e continua.*

De noite ao som de tambores, eu seria o jantar principal, se não fosse a bondade do xamã local...
Tau'Taok, o ancião da tribo, velhinho tadinho de barbicha que se arrastava ao chã... Único que falava o comum...
Disse que era pra se libertado, pois minha morte traria a ira do Rei, sobre sua tribo "frágil"... Eu bem sei!

*Vira para a antendente e dá uma piscadela.*

Entretanto tive que entretê-los com alguns truques baratos, a noite inteira, os olhos já com olheras... Mas era melhor que virar ensopado no caldeirão!
Após irem dormir, fui bater-papo com o xamã...
Perguntei sobre os desenhos nas paredes e ele me contou muitas histórias... Uma deles foi sobre a Origem do Lago.

*Recobra fôlego.*

Já ouvi muitas histórias, sobre aquela região, bem elaboradas... Verdade, muitas das vezes creditadas à situações bizarras... Porém, essa merece ser ouvida!

No tempo que a Montanha de Fogo era apenas uma criança que arriscava ameaçar os céus. Havia um Dragão Vermelho, pai de todos aqueles que agora vivem por aí

*Faz cara de assustado para os halflings de uma mesa à esquerda e recupera seu alaúde do esquecimento.*

Ele como todo dragão poderoso que se prese, tinha muitos inimigos... Um deles era um poderoso Dragão Marinho, afinal na época, vejam bem meus amigos só haviam dragões...

*Dá mais algumas dedilhadas no instrumento musical, notas em tom de desafio.*

Vivia no mar do leste, que revolvera tirar satisfação com seu rival, pois esse havia matado alguns de seus companheiros!
O Dragão vermelho, visando aniquilar o Dragão Marinho, armou uma armadilha utilizando-se de seus filhos mais velhos!

E quando o dia tornou-se trevas, pela fúria tempestiva do marinho, os dragõezinhos o interceptaram apenas para distraí-lo... Porém a furia do mar era superior e conseguiu deixar um deles gravemente ferido, o que hoje em dia seria o equilavente a destruição de um reino inteiro... E por azar do Marinho, o pai maquiavélico finalizou um ritual devastador e quando o lançou, o inimigo rendido o tornava doente!

O filho sobrevivente o libertou, e os dois anciões batalharam... O triunfo veio à dragão, depois de semanas de embates na escuridão... Rasgando os antigos céus, com baforadas opostas, o Marinho caiu rendido... Na região de uma floresta, distante dali de onde começaram. O traiçoeiro prevaleceu, enquanto o corpo do defundo ficara no chão de terra, imóvel!

*Dá uma larga golada em sua taça de vinho.* Atendente mais outra garrafa, sim?

Servindo tão somente como alerta para aqueles que ousassem desafiar o Vermelho. O corpo do Marinho que remetia ao mar, transformou-se numa enchurrada, como sinal final de sua existência vã.
A água residual era salgada demais, nada crescia lá além de algas vermelhas... Sendo seu primeiro nome lago de sangue, porém com propriedades curativas. Por eras a Natureza compadeceu-se pelo dragão e a água salgada, tornar-se-ia doce e cheio de vida.

*A atendente chega e deixa a garrafa sobre a mesa onde Handred estava declamando o conto. O mesmo retirou a rolha já semi-aberta no dente e a cospiu pro lado, bebendo no gargalo.*

Daí vieram as outras raças, ganaciosos humanóides... Como se eu mesmo não fosse um!

*Ri.*

A floresta antes gigantesca, hoje em dia não é nenhum 1/3 do que era antigamente. O lago de propriedades medicinais e águas límpidas ganhou uma famigerada taverna próximo ao seu leito... E quem foi que disse que o Lago estaria livre da morte? Com a ascensão dos Clãs, viu suas águas banhadas de sangue!

O resto vocês já sabem, assim me despeço caros ouvintes!
Ir embora é preciso, pois se mais uma garrafa beber... De certo não verei o dia amanhecer!

*Guardando seu alaúde metálico às costas, brande seu sabre reluzente e grita ao fugor dos pulmões.*

"Rápido como a Luz, o Vento me conduz... Hic! Hic!"

*Faz uma exagerada reverência alcoolizada, após embainhar seu sabre e sair pela porta dos fundos, levando sua garrafa.*

Handred Rapsodo, bardo real de folga em uma taverna qualquer...