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Crítica: Mass Effect 2

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Mensagem  Lei Keylosh Ter 29 Jun - 10:35

Dando continuidade às críticas, hoje falaremos sobre outra sequência de uma série de jogos famosa e que, desta vez, fica dentro da esfera de conhecimento do público deste fórum: RPG. O jogo de hoje é Mass Effect 2.

Crítica: Mass Effect 2 MassEffect2_cover
Ano de Lançamento: 2010
Plataformas: Microsoft Windows e Xbox 360
Gênero: RPG de ação
Desenvolvedora: Bioware
Distribuidora: Electronic Arts

Mass Effect 2 se passa no ano de 2183, onde as barreiras entre os planetas não existem mais e as diferentes raças galácticas coexistem. É um cenário típico de ficção científica, mas, ao contrário de certos filmes por aí nesse estilo (*coughStarWarsNovaTrilogiacough*), o clichê do gênero dá fundo a uma história profunda sobre amizade, dever e sobre lutar pelo que se acredita.

No primeiro jogo acompanhamos a história de Comandante Shepard, humano que torna-se um Espectro, uma espécie de força de elite da galáxia. Os Espectros possuem privilégios especiais e respondem diretamente ao Conselho, um grupo de diferentes raças que toma decisões em prol de toda a comunidade intergaláctica.

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"Ei, gracinha, quer conferir nossas diferenças anatômicas à fundo?"

No primeiro jogo, Shepard descobre que seres conhecidos como Reapers controlam o fluxo de vida na galáxia, deixando que novas raças e civilizações se aproveitem da tecnologia deixada pelas anteriores e se desenvolvam, apenas para dizimá-la novamente e assim recomeçando o ciclo. Os Reapers são máquinas de inteligência artificial construídas por uma raça extinta que usam as novas civilizações surgidas em intervalos de milhares de anos para fornecer energia para si mesmos, um processo bem parecido com o que as máquinas fazem com os humanos na série de filmes Matrix.

Comandante Shepard consegue impedir a vinda dos Reapers no final do primeiro jogo e, devido aos seus esforços, um humano consegue fazer parte do Conselho intergaláctico, algo inédito até então na história do universo do jogo.

Mass Effect 2 começa com o protagonista morrendo. Sim, isso mesmo, você começa o jogo morrendo. A espaçonave Normandy, que Shepard comanda, é feita em pedaços por um ataque surpresa de uma outra nave maior e mais potente, de identidade desconhecida. Os pedaços do corpo de Shepard são recolhidos por uma organização pró-humana chamada Cerberus, que o reconstrói utilizando-se de avançada tecnologia biomecânica, e então Shepard passa a ser um soldado da organização, realizando missões pela galáxia e ao mesmo tempo tentando descobrir quem o atacou e se esta ameaça está ligada, de alguma forma, aos Reapers.

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Eu desafio qualquer um a chamar esse cara de feio na frente dele.

Caso não tenha reparado, eu não dei nenhum indício até aqui se Comandante Shepard é um homem ou uma mulher, justamente porque você pode ser ambos (conheço muitas pessoas que adorariam essa liberdade na vida real). O primeiro elemento de RPG do jogo já pode ser conferido no início, na caracterização do protagonista. Você pode escolher dentre diversos tipos de cortes de cabelo, estrutura do rosto (podendo mexer em cada parte especificamente), cor dos olhos, cor da pele, etc. Cada sexo tem apenas um tipo de voz, mas todos os diálogos de Shepard são vocalizados, portanto, é até compreensível que você não possa escolher outro tipo. Apesar disso, o nível de caracterização é bem alto e Comandante Shepard, homem ou mulher, ficará do jeito que você desejar.

Embora o jogo em si funcione em ação de terceira pessoa, os elementos de RPG são profundos. Você terá 6 classes diferentes para escolher no início e cada uma poderá levar a 2 especializações. Um Soldado puro, por exemplo, será muito forte no combate armado, tendo altas especializações em rifles de assalto, pistolas e outras armas. Entretanto, ele não terá níveis ou será muito ruim na área Técnica ou Biótica. O jogo permite, entretanto, que você faça um híbrido de Soldado/Técnico ou Soldado/Biótico. O sistema deixa muita liberdade para construir o personagem da maneira que você achar melhor.

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Não se empolguem, não existe uma armadura da Hello Kitty no jogo.

Você pode levar mais dois companheiros consigo nas missões, que são controlados pelo computador. A inteligência artificial de seus companheiros está muito melhor em comparação ao primeiro jogo e você raramente verá algum deles travado em algum canto ou estando totalmente exposto ao fogo inimigo.

Os gráficos receberam uma melhora, embora sejam bem parecidos com os do primeiro jogo, mas ainda assim, muito bons. Os efeitos de luz e textura são muito bem trabalhados, bem como as animações de captura de movimentos humanos. As cidades podem não ser tão grandes e detalhadas como em jogos do estilo de Assassin's Creed 2 ou GTA IV, mas isto não impediu a Bioware de fazer ambientes envolventes, e você verá raças diferentes convivendo entre si, mercadores tentando vender seu produto e anúncios de produtos e eventos em telões (dentre eles, uma propaganda especialmente hilária de uma peça de teatro encenada por uma raça que não possui expressões faciais ou verbais).

O sistema de diálogo é uma das grandes inovações desde o primeiro Mass Effect. Você possui um "medidor de alinhamento" dividido entre Paragon (bom) e Renegade (mal). Opções gentis e educadas de diálogo, indicadas pelas frases em azul, ou ações boas, renderão pontos de Paragon, enquanto opções de diálogo brutais indicadas pelas frases em vermelho ou ações ruins, renderão pontos de Renegade. Quanto mais pontos você possuir em um dos alinhamentos, mais opções terá de realizar aquele tipo de ação ou resposta nas ocasiões seguintes.

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Além de destruir aventureiros intergalácticos, este robô também faz café.


Um sistema implementado em Mass Effect 2 é uma opção Paragon ou Renegade que aparece no meio do diálogo e que pode interromper o curso da conversa. Dependendo do seu nível em qualquer um dos dois alinhamentos, a opção irá aparecer na tela e, apertando o botão pedido, seu personagem fará uma ação muito boa ou muito ruim que determinará o resultado da cena. Este sistema tornou os diálogos já interessantes do jogo ainda mais interessantes, que prendem a atenção do jogador até a última linha (menção especial de uma cena onde você deve impedir ou deixar seu colega eliminar um inimigo à distância. Cena muito tensa e muito bem feita).

Há também um sistema de exploração espacial e este é um dos pontos negativos de Mass Effect 2. No primeiro jogo, um veículo terrestre era lançado na superfície do planeta e o jogador precisava explorar o terreno com este veículo, procurando por pistas para cumprir o objetivo local, como se fossem missões secundárias. Neste jogo, o veículo foi abolido e a única forma de iniciar estas missões secundárias é explorando a superfície dos planetas com um escaneador. Este escaneador também encontra e coleta elementos necessários para fazer melhorias na espaçonave, melhorias estas que serão muito importantes no final do jogo.

O sistema de exploração se torna entediante após certo tempo, tornando algo como explorar a galáxia, que deveria ser emocionante, em uma coisa mecânica e torturante. Você se encontrará conferindo a quantidade que falta de elementos para fazer uma certa melhoria e coletar apenas aquela quantidade, dando graças a Deus que não precisa coletar mais.

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Mesmo com toda a tecnologia avançada, o problema do peido no elevador continua.

Um recurso fantástico que não poderia deixar de ser mencionado é a possibilidade de exportar os jogos salvos do primeiro Mass Effect para o segundo. A aparência e escolhas que você fez no primeiro jogo são automaticamente transferidas para o segundo, estas escolhas tendo, inclusive, impacto na história do segundo. Este é um recurso muito bom e a Bioware já confirmou que será possível fazer a mesma coisa para Mass Effect 3. Portanto, um aviso aos jogadores: guardem seus jogos salvos.

Apesar dos pequenos problemas, Mass Effect 2 é um jogo com personagens interessantes, uma história intrigante e um sistema equilibrado e competente de RPG. A exploração poderia ser mais emocionante e melhor trabalhada, mas isto, de forma alguma, tira todo o brilhantismo do resto do jogo. Apesar da história do jogo em si ser bem trabalhada e ter bons diálogos, o final vai deixá-lo com a sensação de que toda a história do segundo jogo foi apenas um gancho entre o primeiro e o terceiro, como em uma trilogia de filmes, onde os eventos mais importantes acontecem no início e no final. Mas não se iluda por isto, Mass Effect 2 é um excelente jogo que puxa você para seu universo denso e interessante, deixando-o apenas querendo mais, depois que o jogo acaba.

Veredito: 9.5 de 10

Escrito por Carlos Henrique, player de Lei Keylosh

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