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Crítica: Prince of Persia (2008)

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Crítica: Prince of Persia (2008) Empty Crítica: Prince of Persia (2008)

Mensagem  Lei Keylosh Seg 12 Jul - 21:36

Olá novamente, colegas aventureiros da sala de RPG Medieval.

Continuaremos nossa série de críticas, hoje com um título que desperta muitas lembranças nos jogadores mais antigos e que causou polêmica entre os gamemaníacos em alguns de seus aspectos: Prince of Persia (2008).

Crítica: Prince of Persia (2008) Prince_of_Persia_2008_vg_Box_Art
Ano de Lançamento: 2008
Plataformas: Microsoft Windows, Playstation 3, Xbox 360 e Macintosh
Gênero: Ação/Aventura e Plataforma
Desenvolvedora: Ubisoft Montreal
Distribuidora: Ubisoft

O mesmo estúdio que nos trouxe Assassin's Creed 2 em 2009, nos trouxe este ótimo título em 2008. Aliás, a primeira coisa que você notou foi que o título deste jogo geralmente vem acompanhado do ano de lançamento entre parênteses. Isso acontece porque o jogo simplesmente tem o mesmo nome do que foi lançado em 1989 e que começou a série que conhecemos hoje. Apesar disto, o jogo não é um remake do Prince of Persia original, e sim uma aventura totalmente nova, não tendo, inclusive, nenhuma relação com a história que começou com o título Sands of Time, de 2003.

O protagonista aqui não tem nome, ele é simplesmente o Príncipe, embora, em nenhum momento do jogo, fique claro que ele realmente é um príncipe. Ele se encontra ao acaso no deserto com uma mulher chamada Elika, que é perseguida por alguns soldados, até então, por um motivo desconhecido. O Príncipe a segue até um templo onde ela se encontra com seu pai, o Rei, e descobre que o mesmo foi corrompido por uma força maligna conhecida como Ahriman. Esta entidade maligna está presa na Árvore da Vida, uma gigantesca árvore localizada no centro do templo.

Após uma breve luta, Elika não consegue impedir seu pai e ele acaba cortando a árvore e liberando Ahriman de sua prisão. O poder maligno então se espalha, tornando as diferentes regiões, antes campos férteis e floridos, em terras devastadas e corrompidas. Elika descobre que possui o poder da luz e, consequentemente, o poder para anular a escuridão de Ahriman, e então ela e o Príncipe começam uma jornada para regenerar as diferentes regiões que o poder de Ahriman corrompeu para prender a entidade maligna novamente.

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"Eu fiz uma dieta espetacular, acha que eu emagreci demais?"

Alguns fatos sobre Elika vão sendo revelados ao longo do jogo, mas nada que interfira de forma agravante na história. Os diálogos entre ela e o Príncipe revelam pouquíssimo, entretanto, sobre o próprio Príncipe, e o passado dele permanece um mistério para o jogador por todo o tempo.

Elika e o Príncipe viajam de região para região extinguindo a influência maligna de Ahriman e cada região possui uma criatura mais poderosa que seria o "líder", sendo 4 ao todo: o Guerreiro, o Caçador, a Concubina e o Alquimista. Cada região é regenerada totalmente após a derrota de seu líder, mas existem outros inimigos menores ao longo do caminho para dar trabalho para o casal.

A mecânica do jogo pode ser dividida entre 3 principais frentes: Combate, Plataforma e Quebra-cabeças.

Antes de falarmos de cada uma delas, entretanto, precisamos deixar uma coisa clara sobre Prince of Persia: você não pode morrer neste jogo. Isso mesmo, a morte definitiva não existe neste jogo. No combate, se a sua energia acabar, você será revivido imediatamente e recomeçará a luta. Se você errar um salto e cair em um abismo, Elika irá te salvar imediatamente, colocando-o em uma posição anterior ao salto e lhe dando outra chance.

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"HADOUKEN!!"

Falaremos sobre como isso afeta o jogo em geral depois. No combate, você conta com as habilidades de esgrima do Príncipe e com os poderes de luz de Elika, e pode alternar os golpes entre os dois conforme a estratégia que cada inimigo exige para que possa vencê-lo. Você combate apenas um inimigo por vez e cada um deles requer uma estratégia diferente.

Os elementos de plataforma são excelentes e desafiadores. Enquanto a região está corrompida, há armadilhas e obstáculos formados por sombras, energias negras e outros elementos da corrupção de Ahriman. Depois que a região é recuperada, o jogador pode explorar aquela mesma parte novamente, onde alguns caminhos novos se abrem. O Príncipe tem uma manopla com garras que ele usa para auxiliar nas acrobacias mais difíceis, e Elika também oferece grande ajuda nos saltos mais longos, usando seus poderes.

Nas regiões recuperadas aparecem pequenas orbes brilhantes que você pode coletar durante o jogo. Algumas delas permanecem nos caminhos padrões que você faz para avançar no jogo, enquanto outras ficam em caminhos desafiadores que exigem maior habilidade do jogador para alcançá-las. É um atrativo a mais para quem quer explorar os elementos de plataforma do jogo ao máximo, mas coletar todas as orbes não premia o jogador com nada a mais no final.

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As habilidades do Príncipe seriam bem úteis em paus de sebo de Festas Juninas.

Os quebra-cabeças do jogo são interessantes, mas nada muito complicado. Você terá a sensação de que estão ali apenas para alternar o ritmo do jogo, e é exatamente isso que acontece, ou seja, o jogo alterna-se entre combate, plataforma e quebra-cabeças, mas não deixa de ser interessante em nenhum momento.

Os gráficos são excelentes e este, para mim, é o elemento principal do jogo. Você terá a sensação de que, quando começaram a produzir Prince of Persia, o diretor chegou no estúdio e disse: "Muito bem, pessoal, eu quero um jogo BONITO! Não importa o que tenham que fazer, não importa que não haja mortes definitivas no jogo ou que ele não seja difícil, eu quero algo muito bonito!" E foi exatamente isso que foi feito. Prince of Persia é um jogo lindo, desde a entrada do menu do jogo até os créditos. Os gráficos, que usam a tecnologia cel-shaded, o que deixa tudo meio parecido com desenho animado, dão um toque especial ao jogo e não perdem em nada para os gráficos da nova geração. A trilha sonora é fantástica e faz muito bem o trabalho de criar o ambiente certo para o jogo.

Os movimentos do Príncipe são os mais fluídos e contínuos que você encontrará em um jogo deste tipo. O Príncipe não tem UMA animação estranha sequer, e um movimento se une ao outro perfeitamente e de forma natural. Se ele está pendurado em um pilar e precisa alcançar uma argola no teto, o corpo dele não se move magicamente até a argola. Ele sai do pilar, crava sua manopla no teto, impulsiona o corpo, estica o braço para alcançar a argola, gira o corpo e então apoia as pernas no teto para prender-se. Você nunca viu e irá demorar para ver uma animação tão fluída quanto é a do Príncipe neste jogo.

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Freddy Krueger foi muito gentil em emprestar uma de suas luvas para o Príncipe.

Ao longo do jogo, Elika e o Príncipe conversam e o jogador passa a conhecer um pouco mais os dois personagens. Você tem, inclusive, a opção de parar em certo momento e conversar com Elika, esgotando todas as opções de diálogos até aquele ponto, e isto é uma coisa que eu recomendo, para que o jogador se sinta mais na história e mais ligado aos personagens.

Inclusive, este foi um dos motivos pelos quais o final do jogo foi tão criticado. Eu não o contarei, mas basta dizer que o final do jogo irá criar impacto no jogador apenas se ele realmente tiver se envolvido com os personagens do jogo, mais especificamente, com Elika. A crítica foi que o jogo não criou tamanha proximidade entre o jogador e Elika para justificar o final.

Eu, particularmente, consegui criar um vínculo com Elika ao longo do jogo. Durante toda a aventura, o Príncipe explora as regiões com ela o seguindo. Os dois sempre agem em conjunto, um ajudando o outro a superar os próximos obstáculos. Se os dois estão sobre uma passagem estreita como uma barra, e o Príncipe precisa passar através de Elika, ele segura as mãos dela e os dois giram, para que o Príncipe possa passar para o outro lado. No combate, quando a criatura maligna trava espadas com o Príncipe e começa a fazer força contra ele, Elika fica atrás dele, empurrando-o no sentido contrário e dando-lhe forças. Eu acredito que a relação entre os dois se solidifica não só com as cenas de diálogos entre eles, e sim com o andar do próprio jogo. Eu acabei me acostumando em ter Elika ao meu lado durante a aventura e eu faria o que o Príncipe faz no final sem nem ao menos pensar duas vezes.

Crítica: Prince of Persia (2008) Pop_s_049
Nunca irrite uma mulher com os poderes de Elika, principalmente se ela estiver com TPM.

Muitos reclamaram que o Príncipe não pode morrer de verdade e que isto torna o jogo muito fácil e desinteressante. Agora eu pergunto: se o Príncipe realmente pudesse morrer, faria alguma diferença? Hoje em dia, a maioria dos jogos possuem um sistema de pontos salvos onde, se você morrer, retorna muito próximo de onde você estava, evitando que o jogador tenha que refazer todo o caminho. Qual é a diferença entre morrer e voltar quantas vezes desejar, e não morrer?? Nenhuma! É exatamente por isso que essa crítica, para mim, é infundada.

O importante aqui é a beleza gráfica do jogo e o relacionamento que se desenvolve entre o Príncipe e Elika. Se você quer jogos difíceis e sem nenhuma história, vá jogar Ninja Gaiden, Devil May Cry ou algum dos jogos em primeira pessoa no nível "Pesadelo" de dificuldade. Prince of Persia é para aqueles que realmente apreciam um jogo em todos os seus detalhes, e esta aventura irá envolver o jogador em sua atmosfera mágica.

Claro, os diálogos às vezes parecem muito bregas e o jogo poderia ter alguns elementos para desenvolver o personagem como atributos, armas diferentes ou poderes. Poderia, até mesmo, ter outros personagens na história. Mas a falta destes elementos não tira a beleza deste excelente jogo, que será apreciado por quem conseguir enxergar sua magia.

Veredito: 9 de 10

Escrito por Carlos Henrique, player de Lei Keylosh.
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