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Crítica: Starcraft II - versão brasileira

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Mensagem  Lei Keylosh Seg 16 Ago - 18:43

Obs.: Este é um complemento da matéria sobre Starcraft II - Wings of Liberty. Clique aqui para ir até ela. Comentarei um pouco sobre a versão em português do jogo. Abaixo segue a capa da mesma.

Crítica: Starcraft II - versão brasileira Sc

Já faz muito tempo que não temos uma versão brasileira de um lançamento deste porte e isto deixou os jogadores curiosos e desconfiados ao mesmo tempo. Como ficaria a dublagem? O que exatamente seria traduzido ou deixado original dentro do jogo? Deixarei aqui minhas opiniões para aqueles que estão receosos para pegar a versão brasileira.

Antes de começarmos, entretanto, é bom dizer que não é possível ter as vozes em uma língua e as legendas em outra. As versões do jogo nas diferentes línguas são totalmente traduzidas. Isto significa que, neste caso, as vozes são em português, assim como as legendas, que podem ser ativadas ou desativadas.

Em primeiro lugar, tudo no jogo foi traduzido. Não só as falas de todos os personagens nas cenas cinematográficas, mas as vozes das unidades quando selecionadas no campo de batalha. Além das legendas, todo e qualquer pedaço de texto presente no jogo foi traduzido, incluindo as descrições de unidades, cartazes, placas e outros objetos visualizados. Para se ter uma ideia, até mesmo o texto de notícias de última hora que rola no rodapé da transmissão da UNN (emissora de TV fictícia do jogo) foi traduzido, mostrando o cuidado que a Blizzard teve para oferecer uma tradução integral do produto.


Vídeo comparativo das versões em inglês e português desta cena.

Os jogadores podem até reclamar de algumas traduções, mas o fato é que a Blizzard se esforçou para traduzir tudo no jogo e ainda fazer com que os nomes e termos soem bem em português. A unidade chamada Goliath no original, por exemplo, virou Golias, o que é justificável. Não faria sentido a unidade continuar se chamando Goliath quando todas as outras receberam nomes em português. Firebat virou Morcego de Fogo e, não sei quanto a vocês, mas eu acho um belo nome para uma unidade.

O exército do tirano Mengsk chamado Dominion virou A Supremacia, que é um nome que descreve perfeitamente a que ele se refere. O nome da líder dos Zergs, Queen of Blades talvez foi um dos poucos traduzidos ao pé da letra e virou Rainha das Lâminas. Enfim, a tradução de nomes de unidades e termos do jogo foi muito bem feita, mostrando que houve a preocupação em passar tudo para o português mas sem soar desconexo ou mesmo ridículo para o jogador.

A dublagem é boa, mas há certos problemas. Em primeiro lugar, o jogo não contou com 100% de dublagem profissional, ou, se contou, então deveriam proibir certos dubladores de sequer pisar em um estúdio novamente. Apenas para exemplificar, a voz do personagem Matt Horner, capitão da Hipérion, é simplesmente HORRÍVEL. Além de faltar em interpretação, a voz é tão ruim que retira o personagem do contexto das cenas e distoa completamente do talento das outras vozes.


Abertura do jogo em português.

Em segundo lugar, o nível técnico da dublagem deixa a desejar, mas, neste aspecto, não podemos culpar os atores e sim o estúdio de dublagem. Há certos diálogos no meio das cenas cujo volume fica mais alto ou mais baixo em relação aos outros, o que dá um ar de estranheza. Às vezes um personagem fala com tom de voz baixo ou murmura algo e o diálogo fica quase inaudível, ainda mais quando a música ou os efeitos especiais encobrem o som. A dublagem original em inglês é perfeita neste ponto e isso é algo com o qual o estúdio brasileiro deveria tomar mais cuidado.

Excetuando-se os poucos dubladores ruins presentes no jogo, o resto faz um trabalho muito bom. Dá pra perceber que os dubladores tentaram interpretar o texto da melhor maneira possível, apesar de conter nomes e situações totalmente inusitados e que, portanto, exigem maior habilidade para transmitir credibilidade para quem está ouvindo. Destaque para as vozes dos personagens Jim Raynor e da Doutora Ariel Hanson, que são dubladores veteranos no Brasil e cujas vozes serão facilmente reconhecidas pelos jogadores em geral.

Um aspecto interessante da tradução foi o fato de terem usado expressões populares e gírias genuinamente brasileiras em certos diálogos. Isto mostra que a Blizzard preocupou-se em não apenas traduzir de uma língua para outra, mas usar os aspectos da cultura do país para o qual o jogo foi traduzido.

Os textos usam um português perfeito, embora existam alguns errinhos aqui e ali, o que poderíamos chamar de "erros de digitação", especialmente no texto presente no vídeo exibido durante a instalação do jogo. Mas, de uma forma geral, os textos foram traduzidos de uma forma competente.


Como eu odeio a voz desse capitão! (o cara sem armadura)

E, claro, não poderíamos deixar de contar com o fato de que jogar um título totalmente em português causa muita estranheza, uma vez que os jogadores brasileiros não estão acostumados com isso. A iniciativa da Blizzard deve ser louvada e podemos apenas esperar que mais empresas façam o mesmo e que os estúdios de dublagem brasileiros aperfeiçoem-se no ramo de jogos, já que a nossa dublagem é considerada uma das melhores do mundo.

A versão em português é muito boa e vale a pena. Há alguns problemas técnicos e alguns dubladores ruins, mas estes são obstáculos que serão superados com os futuros grandes lançamentos traduzidos para português. Pelo menos é isto que esperamos.

Escrito por Carlos Henrique, player de Lei Keylosh.
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