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Crítica: Starcraft II - Wings Of Liberty

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Mensagem  Lei Keylosh Ter 10 Ago - 0:43

Olá, caros companheiros da sala de RPG Medieval da UOL!

Eu não poderia deixar de escrever sobre um jogo que demorou 12 anos para sair e ainda recebeu uma versão totalmente em português, algo raro por aqui. Será que valeu a pena esperar tanto tempo? É o que vamos descobrir com Starcraft II - Wings Of Liberty.

Crítica: Starcraft II - Wings Of Liberty StarCraft_II_-_Box_Art
Ano de Lançamento: 2010
Plataformas: Microsoft Windows e Macintosh
Gênero: Estratégia em tempo real
Desenvolvedora: Blizzard Entertainment
Distribuidora: Blizzard Entertainment

A empresa responsável pelo fenômeno mundial chamado World of Warcraft lançou, em 1998, o primeiro Starcraft. Com comandos intuitivos, belos gráficos e boa história, Starcraft rapidamente tornou-se referência em jogos de estratégia em tempo real e estabeleceu a Blizzard como uma potência em jogos eletrônicos de maneira definitiva. O jogo tornou-se até mesmo um esporte nacional na Coréia do Sul, com circuitos de competição e canais dedicados a transmitir partidas de jogadores profissionais. Além, é claro, da legião de fãs espalhados pelo mundo.

Desde então, a Blizzard dedicou-se a outros projetos, deixando a continuação de lado. Em 2007 o jogo foi anunciado, causando fervor entre os fãs. Entre outras versões, o jogo foi lançado também no Brasil, totalmente em português e custando 49 reais com jogabilidade com duração de 6 meses, tendo custos adicionais depois desse período. Falaremos sobre essa estratégia da Blizzard em seguida.

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É inevitável. A primeira pergunta sempre será: "Como ele vai ao banheiro, se esse cara não pode tirar a armadura?"

A Blizzard anunciou dois outros jogos, formando uma trilogia. Isto faz com que a maioria dos jogadores pense que a história não tem um final definido, mas não é o que acontece. Apesar de deixar questões no ar, que serão naturalmente respondidas nos outros jogos, Wings of Liberty possui uma história completa que satisfaz.

Na história do jogo, há 3 raças que dominam o universo: Os Terran, que são os humanos; os Zerg, uma raça selvagem que procria-se em larga escala através de ovos e larvas; e os Protoss, uma antiga e avançada raça cercada por religião e misticismo. A história foca em Jim Raynor, veterano de guerra à frente de um grupo de rebeldes contra as forças Dominion que são lideradas pelo tirano Arcturus Mengsk. A Dominion exerce seu poder em todo o setor intergaláctico de Kropulu, onde o jogo se passa.

Jim Raynor e uma mulher chamada Sarah Kerrigan trabalhavam juntos no passado em um grupo rebelde chamado Filhos de Korhal, liderado por Mengsk na época. Em certa missão, Sarah acaba ficando para trás e Mengsk ordena a retirada imediata das tropas, deixando-a sozinha em um planeta repleto de Zergs. Raynor e Sarah eram próximos e, apesar de ter tentado convencer Mengsk a não fazer isso e sem opções, Raynor acaba partindo também. Ele deixa o grupo rebelde depois disso e forma o seu próprio, passando a lutar contra Mengsk e suas tropas Dominion.

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Este é o Mapa Estelar... ou o Jogo da Velha mais avançado do universo.

Mais tarde, descobre-se que Sarah foi infectada pelos Zergs e tornou-se a Queen of Blades, a nova líder dos Zergs. Até 4 anos antes do início da história de Starcraft II, ninguém teve notícias de Sarah e a aparição dela é repentina e inexplicável. A história começa a partir desta aparição e do retorno de Jim Raynor à ativa.

A jogabilidade é praticamente a mesma do primeiro jogo, com poucas diferenças. Os comandos pelo mouse são intuitivos, mas mesmo se você nunca teve experiência com nenhum outro título de estratégia em tempo real, o jogo apresenta tutoriais detalhados de todos os comandos e esquemas.

Inclusive, esta foi uma das críticas que algumas pessoas fizeram ao jogo, ou seja, de que não foram feitas mudanças significativas na jogabilidade. Para mim, a Blizzard acertou ao fazer isto. Para que mexer em time que está ganhando? A jogabilidade de Starcraft, embora simples se comparada aos jogos deste estilo atuais, funciona, e é isso que importa.

Como de praxe em jogos deste estilo, existem diferentes estruturas e cada uma delas produz um tipo de unidade ou um tipo de avanço tecnológico para as tropas. A cada nova fase, um tipo de unidade é inserida no acervo, podendo ser fabricada a partir da próxima missão. Há também mercenários para contratar e eles são bem úteis em fases com pouca matéria-prima, pois são poderosos e gastam poucos recursos.

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Este apresentador manipula os fatos e esconde a verdade ao longo do jogo. Não, não é a Rede Globo.

É possível também pesquisar novas estruturas de raças diferentes e anexá-las às suas tropas, gastando pontos de pesquisa científica, que são recolhidos em campo durante as fases. Há sempre duas melhorias possíveis a cada nível alcançado e uma opção anula a outra, portanto, escolha com cuidado. Quando todos os pontos de pesquisa científica de cada raça forem preenchidos, os pontos excedentes são automaticamentes vendidos e convertidos em créditos.

O legal de Starcraft II e talvez seu grande diferencial são justamente as partes entre as missões, onde é possível explorar o interior da nave Hyperion, conversando com a tripulação e conseguindo missões alternativas. Há a cantina, oficina, a ponte da nave e o laboratório. As cenas são muito bem feitas e cada uma delas nos ajuda a conhecer um pouco sobre Jim Raynor e os personagens que o auxiliam. Em certos pontos da aventura você até mesmo terá que fazer escolhas entre um caminho e outro, e estas escolhas afetam seus aliados e os benefícios que eles trarão para seu exército.

Os gráficos são obviamente muito melhores do que o primeiro jogo de 12 anos atrás. Pode não parecer a princípio, mas o jogo exigirá do seu PC tanto nas cenas quanto nas fases. As cenas entre missões exigirão maior poder gráfico e não perdem em nada para os maiores jogos da geração atual. As fases exigirão poder de processamento, já que a tela pode ficar cheia de unidades, enquanto suas tropas enfrentam as tropas inimigas.

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É tipo SimCity... mas com militares... e com alienígenas sanguinolentos... e com... acho que você entendeu.

A Blizzard lançou o jogo oficialmente no Brasil e totalmente em português. (Obs.: Clique aqui para ver uma crítica complementar apenas sobre a versão brasileira do jogo.) As versões de 49 reais funcionam apenas por 6 meses, depois disso, o jogador deve pagar taxas adicionais para que a campanha e o multiplayer continuem funcionando. A Blizzard alegou que esta é uma estratégia de vendas para países com impostos estratosféricos como o Brasil, onde o objetivo é tornar o preço do jogo acessível à população.

Entretanto, quando questionada da razão desta estratégia, a Blizzard alegou que o tempo médio de interesse de um jogador pelo jogo é de 3 a 4 meses. Portanto, ao mesmo tempo em que estaria colocando o jogo a um preço acessível e competitivo no mercado, ela também não estaria decepcionando os jogadores casuais e oferecendo planos justos de pagamento para os jogadores mais dedicados.

Muito bem, então digamos que eu compre a versão de 49 reais, jogue-a por completo e depois a abandone na gaveta. Depois de 1 ano eu encontro o jogo e quero jogá-lo novamente. Vou ter que pagar para isto?? Digamos que eu sou um "jogador casual" e não queira pagar taxas extras para continuar utilizando o jogo depois de 6 meses. Então eu paguei 49 reais para jogar o jogo uma única vez e nunca mais??

A estratégia da Blizzard é bem óbvia neste caso: Oferecer um preço acessível, viciar os jogadores e depois apenas recolher os lucros disto. O valor pago para destravar indefinidamente o jogo, somado ao valor de 49 reais, resulta quase no valor da versão completa, portanto, dá na mesma.


Confira um trecho do jogo em português.

Na minha opinião, se a Blizzard deseja construir um mercado no Brasil e, consequentemente, ganhar a confiança de seus jogadores, então ela deveria vender a versão completa por 49 reais. Se isso é viável economicamente para ela ou não, não é a questão. A Blizzard está sozinha nesta empreitada, pelo menos por enquanto. Se ela realmente construir um escritório no Brasil, dedicar servidores de multiplayer para a América Latina e entrar de vez no mercado, com certeza dominará. Isto, de quebra, é um aviso para as outras empresas de jogos: o Brasil é um mercado promissor e basta as empresas investirem. Espero que lançamentos como Starcraft II incentivem outras empresas a venderem seus jogos com preços acessíveis e tradução em português.

Imagine você comprando um jogo completo por 49 reais. Totalmente em português, com uso ilimitado para campanha e multiplayer, podendo jogar em servidores da América Latina, portanto, mais rápidos e confiáveis. Caixa e manual, brindes em edições de colecionador e tudo mais. Não valeria a pena gastar esse dinheiro e ter um produto desta qualidade ao invés de recorrer à pirataria? Eu acho que isso pode e vai mudar no Brasil.

Mas, enfim, embora esta discussão seja importante e necessária, desviamos um pouco do jogo em si. Apesar de ainda ser um jogo de estratégia em tempo real em sua essência, Starcraft II é excelente e até mesmo aqueles que não gostam ou não possuem experiência com jogos deste tipo irão apreciá-lo. Eu tenho a mim mesmo como exemplo, cujo estilo de jogo menos preferido é justamente o de estratégia. Eu fujo de jogos deste tipo como o diabo foge da cruz, mas Starcraft II vai lhe agradar, independente de seu estilo. Não é preciso jogar o título anterior ou conhecer o universo do jogo para entender a história e, apesar de ainda ter dois jogos pela frente, a história é completa e muito satisfatória.

Se a jogada da Blizzard foi justa ou não, isto está fora de questão. O fato é que o jogo é bom e todos deveriam experimentar, principalmente os brasileiros. Compre o jogo, mesmo que seja limitado por 6 meses. Valerá a pena e nós jogadores estaremos incentivando outras empresas a fazerem o mesmo.

Veredito: 9 de 10

Escrito por Carlos Henrique, player de Lei Keylosh.
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