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Crítica: Call of Duty: Black Ops

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Mensagem  Lei Keylosh Ter 14 Dez - 23:35

Olá, companheiros da sala de RPG Medieval da UOL!

Todos nós sabemos que, no mundo da música, um artista que faz muito sucesso geralmente não presta. Vide Justin Bieber, Lady Gaga, Restart, etc, etc (e bota etc nisso). Será que isso funciona também para o mundo dos games? Falaremos hoje sobre um jogo que simplesmente foi o maior lançamento de mídia da história. Estamos falando de Call of Duty: Black Ops.

Crítica: Call of Duty: Black Ops CoD_Black_Ops_cover
Ano de Lançamento: 2010
Plataformas: Xbox 360, Playstation 3, Microsoft Windows, Wii e Nintendo DS
Gênero: Tiro em primeira pessoa
Desenvolvedora: Treyarch
Distribuidora: Activision

Prós:
-História envolvente que contém intrigas, mistérios e reviravoltas
-Excelente trilha sonora
-Grande variedade de armas
-Sequências de ação de tirar o fôlego
-Excelente dublagem original em inglês
-Oferece mais horas de jogo do que seus antecessores
-As trocas de personagens fazem sentido na história

Contras:
-Os eventos pré-determinados e as “fases corredores” tiram a liberdade de ação do jogador
-Não tem cenas memoráveis como Call of Duty: Modern Warfare
-Os vídeos de memórias do personagem, que passam no meio de algumas fases e não podem ser pulados, às vezes incomodam
-As fases com veículos e outros dispositivos são diferentes, mas não empolgam

Destaques e Curiosidades:
-Black Ops é o produto de mídia de maior lançamento da história. Nenhum jogo, álbum de música, filme ou livro vendeu tanto tão rápido
(5.6 milhões de unidades vendidas em 24 horas nos Estados Unidos e Inglaterra, no valor total de 360 milhões de dólares)
-A música Sympathy for the Devil, dos The Rolling Stones, é tocada durante uma das fases e durante os créditos
-Há um modo no jogo chamado “Zumbi”, onde você joga na pele de John Kennedy e tem que livrar a Casa Branca de um ataque de mortos-vivos


Black Ops começa em 1968 e o jogador se vê na pele do soldado Alex Mason, que encontra-se preso à uma cadeira em uma sala estranha. Ao seu redor estão dispostos diversos monitores e uma mesa que contém algumas seringas e substâncias usadas em interrogatórios. À frente dele, em uma janela no alto, duas silhuetas de homens o observam, e uma voz, alterada para se tornar irreconhecível, começa a falar com o agente.

A voz começa a perguntar sobre alguns eventos do passado de Mason, a maioria operações secretas do governo dos Estados Unidos (literalmente chamadas de Black Ops, ou “Operações Negras”). Mason não sabe nada sobre seus interrogadores e nem como ou por que encontra-se naquela sala. Em sua mente jaz uma mensagem subliminar com números sendo sussurrados, mas ele não sabe o que significam.

Conforme a voz faz Mason recordar-se dos acontecimentos, o jogador assume seu papel e é levado até as batalhas que Mason enfrentou há anos atrás, entre elas, a tentativa de assassinar Fidel Castro, uma invasão a uma base espacial russa e uma batalha no Vietnam.

Crítica: Call of Duty: Black Ops Cld-blackops-screenshot1
”O que? Você me mandou fazer a barba? VAI TOMAR TIRO POR ISSO!”

Em grande parte das missões, o jogador assume o papel de Mason. Diferente de Call of Duty: Modern Warfare 1 e 2, a troca de personagens tem um motivo, e serve para mostrar melhor a história do passado, tanto de Mason, como de alguns personagens que estão envolvidos na trama. Apesar disso, a história gira em torno de Mason e essa é uma das vantagens de Black Ops.

Nos dois Modern Warfare, não se tem a sensação de uma história coesa. As missões variam muito, bem como os personagens que o jogador assume. São usados termos e jargões militares, as missões acontecem em lugares diferentes e não há uma linha principal de enredo. Isto foi corrigido em Black Ops ao focar a história em apenas um personagem, no caso, em Alex Mason, e deixar a trama se desenrolar em cima de suas ações e de seu passado. Esta é uma das mudanças que a Treyarch, empresa responsável por este jogo, fez na série, em oposição à Infinity Ward, que produziu os dois Modern Warfare.

Apesar disto, Black Ops não tem cenas tão memoráveis como Modern Warfare. Qualquer um que tenha jogado Modern se lembrará da inesquecível fase do sniper, onde você deve matar o alvo há muitos metros de distância e o seu agente companheiro lhe instrui, dizendo como deve esperar pelo momento certo, como deve respirar e como deve esperar o vento parar para dar o tiro fatal e certeiro.

Crítica: Call of Duty: Black Ops Call-of-duty-black-ops-john-f-kennedy-mason-screenshot-small
Esta é a magia dos videogames: conseguiram até mesmo reviver John Kennedy.

Entretanto, há alguns momentos muito bons em Black Ops, como a fase onde se persegue um inimigo nas ruas estreitas e claustrofóbicas de Hong Kong, ou a fase em que se controla um barco armado até os dentes, onde o jogador atira em embarcações e instalações inimigas, tudo ao som da música dos The Rolling Stones. Não são momentos que ficam na memória, mas são bons o suficiente para marcar o jogador ao longo da experiência de se jogar Black Ops.

Os gráficos são excelentes e as animações são muito bem feitas, usando uma tecnologia similar ao do filme Avatar, que possibilita aos produtores capturar cada detalhe das expressões faciais dos atores. Por falar em Avatar, o ator Sam Worthington, que interpreta o personagem principal do filme, dá voz ao personagem principal do jogo, Alex Mason. Eu, particularmente, acho Sam um péssimo ator, mas admito que ele fez um ótimo trabalho de dublagem para o personagem Alex.

O orçamento e a superprodução do título não livra Black Ops de um problema que vem infectando a maioria dos jogos de tiro em primeira pessoa hoje. Um blogueiro do site de games Gamespot escreveu um artigo que descreve perfeitamente como são estes jogos. Ele usou o termo “Fases de Corredor”.

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O cara de máscara roubou o lanche do cara com a faca. É assim que se resolvem as coisas na Rússia.

Ele comparou os jogos de hoje com jogos de tiro em primeira pessoa antigos, como Doom ou Quake. Nestes jogos, as fases eram grandes, assemelhando-se a labirintos. Podia-se enfrentar os inimigos da maneira que o jogador quisesse e se movimentar com liberdade. Era preciso pegar cartões ou chaves para abrir portas, havia passagens secretas e, principalmente, muitas maneiras de se completar a mesma fase.

Em jogos como Black Ops, o jogador está preso em um cenário fixo e pré-determinado, onde a única opção é seguir no ritmo do jogo e fazer exatamente as coisas que ele lhe impõe. Por exemplo, se há uma base inimiga a ser atacada, eu não posso escolher meu método de abordagem. Eu não posso colocar uma faca na boca e sair atirando como se fosse o Rambo. Eu não posso me esgueirar por entre as sombras e matar silenciosamente, como se fosse um ninja. Eu tenho que esperar meu colega soldado matar um guarda, então ele me manda plantar uma bomba no tubo de ventilação, que explodirá e então nós seguiremos por aquele caminho, não havendo nenhuma outra opção.

Isto acaba tirando completamente a liberdade do jogador e deixa de inseri-lo no jogo como deveria. Do que adianta colocar cenas memoráveis no jogo, se você não foi o responsável por elas?

Crítica: Call of Duty: Black Ops Call_duty_black_ops_screenshot_001
O cara que está caindo era amigo do cara que roubou o lanche. Sim, ainda estamos na Rússia.

Black Ops tenta ser diferente em algumas fases, mas não tem sucesso. Há uma delas em especial onde o jogador tem controle da ação por dois pontos de vista diferentes. Em um deles, há um oficial em um jato que tem acesso a uma imagem de satélite. Através dos controles, ele coordena os movimentos das tropas, como se fosse um jogo de estratégia em tempo real. Quando a equipe precisa invadir algum complexo, a visão muda e então o jogador está na pele do soldado, e deve invadir o prédio e matar todos os inimigos dentro.

É uma ideia interessante, mas a parte da estratégia é muito pequena e os comandos são confusos. Mesmo neste formato, os eventos são pré-determinados, portanto, a experiência não é inovadora.

Um outro problema são os vídeos que surgem com memórias e flashes do personagem, que ocorrem à qualquer momento em algumas das fases. As memórias que surgem de repente até fazem sentido, uma vez que as fases (até um ponto) nada mais são do que memórias de Alex Mason enquanto ele está preso a uma cadeira. Entretanto, há partes em que você irá morrer e voltará em um momento do jogo anterior a um destes vídeos, e terá que assisti-los de novo até chegar ao ponto onde ocorreu sua morte. Isto não seria um problema se não fosse por um detalhe: estes pequenos vídeos não podem ser pulados. Eles não duram muito, mas incomodam se você morrer constantemente em alguma parte do jogo em que isso aconteça.

Crítica: Call of Duty: Black Ops Call_of_duty_black_ops_28
”Não, não caia! Você ainda não me disse se posso ficar com a sua TV depois da sua morte!”

Black Ops não tem cenas inesquecíveis como Modern Warfare, mas, como um conjunto, ele funciona muito melhor. A história envolvente e coesa motiva o jogador a enfrentar os desafios do jogo, apesar do problema das “fases corredor”. Aliás, essa tendência tem que desaparecer do mercado de jogos. Os produtores devem dar liberdade de ação ao jogador, e não coloca-lo em um filme interativo. Se um jogo der esta liberdade, aliada à qualidade das cenas de ação, então os jogadores terão experiências inesquecíveis.

Apesar disto, Black Ops é um excelente título e consegue superar seus antecessores em alguns pontos. As surpresas são boas, o final é satisfatório (principalmente a parte após os créditos), e algumas fases realmente brilham. É um título que tem motivos para ser o produto de mídia mais vendido da história em seu lançamento e, ao contrário da maioria dos casos no mundo da música, ele tem este sucesso porque merece.

Veredito: 8.5 de 10

Escrito por Carlos Henrique, player de Lei Keylosh.
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